sexta-feira, 30 de maio de 2014

A vida sem máquina de lavar loiça

A vida sem máquina de lavar loiça é uma merda. Isso mesmo, uma bela caca!
Uma pessoa só sabe o quão feliz é quando deixa de o ser. E eu era tão feliz com a minha máquina de lavar loiça.
Há quatro dias deu o peido-mestre e eu estou fartinha, fartinha de lavar loiça. No primeiro dia estive uma hora de roda dos tachos, no segundo 40 minutos. Ontem foram só 25 minutos porque não fiz comida em casa. Tempo que podia ser tão bem empregue noutras tarefas diárias. 
Ora, eu não sou dada a tecnologias, a máquinas e muito menos a 'bichos' eletrónicos que decidem não colaborar comigo. A bem da verdade, eu resolvo as coisas à pancada. Seja o comando que não muda de canal e que leva uma cacetada e funciona, ou a máquina de lavar loiça que NUNCA começa a trabalhar sem levar um pontapé bem aviado. 
Eu não sei se a minha máquina de lavar loiça adotou as dores da amiga do lado e se está a fazer greve de zelo comigo, mas que está quase, quase, quase a levar uma berlaitada bem avida, lá isso está. Pode ser que assim comece a trabalhar como a amiga.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A minha vida é uma mentira

Pois é, acontece a muitos. Aconteceu-me a mim também. Nunca pensei que chegasse o dia em que diria estas palavras: a minha mãe não é a pessoa que eu sempre pensei que fosse!
Pois que fui à conservatória civil levantar o Cartão do Cidadão de senhora minha Momi.
“Confirme se está tudo bem no cartão de senhora sua mãe”, diz-me a gentil funcionária.
“Errr, pois… não está. O nome de senhora minha mãe está incompleto. Falta-lhe o apelido”.
Ora confirma aqui, ora confirma ali e vai-se a ver e aquando da feitura do cartão, naquela mesma conservatória, senhora minha Momi assinou o papel com o nome incompleto, como que a dizer: “Está tudo bem por aqui, faça-se o meu cartão mesmo assim que eu agora não trouxe os óculos e não vejo letras miudinhas”.
Então e agora, penso eu? Lá vai ela ter que vir para aqui outra vez, marca-se mas é já isto para amanhã para fazer um novo que isto tem que ser remediado, não vai a mulher andar com o nome incompleto, e deixa-me cá ver como é que faço com o puto, se calhar fica com o meu pai porque amanhã… “Mas olhe que na certidão de nascimento da sua mãe não consta o apelido. Nem qualquer averbamento a dizer que adotou o nome do marido.”
Silêncio….
“Pode repetir? Não estou a perceber…”
Resumindo: senhora minha Momi toda a vida se chamou Momi da Silva Santos Smith (chamemos-lhe assim). Momi da Silva Santos de seus pais, Smith do marido. Pois que não. Que toda a vida se chamou apenas Momi da Silva Santos porque nunca foi averbada a adoção do apelido aquando do casamento, ocorrido por terras de África.
“Então mas… e o bilhete de identidade, o cartão de contribuinte ou o cartão da segurança social que eu aqui tenho, todos com o apelido Smith?”
“Tudo falso! São todos falsos!”
Moral da história: era uma vez um bilhete de identidade que antigamente se fazia manualmente. A pessoa ia ao arquivo de identificação, preenchia os papéis à mão e, calhando em sorte, tinha do outro lado uma pessoa que confirmava tudo. Calhando em má sorte, levava a certidão de nascimento e a certidão de casamento, preenchia e assinava tudo com o apelido novo e ninguém lhe dizia que não batia a bota com a perdigota e vamos-lá-embora-que-há-mais-gente-para-atender! A partir daí, tem em sua mão um documento falso, que cria todo um rol de renovações falsas e novos documentos falsos.
Uma vez que tem que tratar desta alteração na conservatória civil da terra que a viu nascer, senhora minha Momi diz que se calhar nem se vai dar ao trabalho de fazer essa alteração e de pagar mais 15€ por um novo cartão e "deixa lá isso que agora vou fazer o almoço".
É bom que se dê a esse trabalho porque, resumidamente:
O meu cartão do cidadão diz que sou filha de senhora Momi da Silva Santos Smith = FALSO!

A certidão de nascimento dos meus filhos diz que são netos de senhora Momi da Silva Santos Smith = FALSOS!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A propósito das europeias

Não fui votar. 

"Vou votar no mais giro", disse à minha rica-sogra.
"Naquele do coração?"
"Não! Não é no partido com o símbolo mais giro. É mesmo no candidato mais giro."

Pela primeira vez, não me dei ao trabalho de sair de onde estava para ir às urnas e marcar a cruz. Não honrei quem lutou e se sacrificou pelo meu direito a escolher, quem lutou para que ontem eu pudesse optar por não votar.
Não votar nas Europeias, para mim, equivale à importância que damos às notícias. As que nos tocam mais, são as que nos estão mais próximas. Por isso voto, com entusiasmo, nas autárquicas, nas legislativas e nas presidenciais. Votar nos candidatos das europeias é votar em alguém que depois se esquece durante quatro longos anos. É mais ou menos como o sistema solar: sabemos que estão lá, mas não nos ralamos com eles para nada. Só por isso fico satisfeita com a eleição de Marinho Pinto. Ao menos desaparece por uns tempos. Tenho pena é pelo João Ferreira da CDU. No fundo, no fundo, se calhar não fui votar para que ele continuasse no parlamento português. Ele, que era o candidato mais giro. Perdão, o único candidato giro.

domingo, 25 de maio de 2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Cá em casa somos quatro.
No início começámos por ser só dois, mas depois veio mais uma e a seguir mais um, para compor uma história que começou há precisamente 16 anos.
Desses dois jovens que a 23 de maio de 1998 deram o primeiro beijo resta muito pouco. Resta a teimosia dos dois, mas foi-se a minha preguiça e o cabelo dele. 
Aos poucos, juntaram-se-nos duas pequenas criaturas. Ela, espevitada e de resposta sempre pronta, do alto dos seus saltos-altos-tamanho-27-para-5-anos; Ele, dorminhoco e bem disposto, a mostrar que só são precisos 10 meses e um sorriso de oito dentes para se conquistar o coração de alguém.
Esta história começou há 16 anos, já tem muitas estórias entrançadas neste percurso e tantas mais ainda por acontecer.