terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um dia chegámos à conclusão que o pequeno T2 onde vivíamos era pequeno para 4 pessoas. 
Ela, sempre a queixar-se na hora de dormir, que o irmão não a deixava adormecer por estar ou a refilar ou a querer brincar, e nós a percebermos que, do alto dos seus 8 anos, começava a precisar do seu espaço de menina, de pré-adolescente como já quer ser, e de um quarto onde possa estudar sem interferências constantes.
Ele, sem noção que aquela casa já começava a ser pequena, a repetir as palavras da irmã quando dizia que queria um quarto só para ela.
Nós, a queremos mais uma casa de banho, mais um lugar de garagem, a querer mudar para melhor.

Colocámos a casa à venda, com a perspetiva de começar a procurar outra, quando vendessemos o nosso pequeno T2. Passaram 6 meses e vendemos a casa.

A vontade de mudar era muita, mas aquelas palavras: «Ele diz que fica com a casa» ecoaram uma campainha que eu não sabia que existia. Ele quer ficar com a 'minha casa'. E como é que eu vou conseguir deixar para trás a nossa casa, aquele que é o nosso canto só nosso, a nossa 'cabana' de família? 

Em quase 12 anos mudámos muita coisa para a tornar ainda mais nossa: as cores das paredes, as cores das portas, a decoração. Foi para ali que levámos os nossos filhos e nos aconchegámos, chegados da maternidade, em outubro de 2008 e em julho de 2013, com os nossos bebés adormecidos no 'ovinho'.

Quando fechámos a porta pela última vez, com todas as cópias das chaves na mão, fechei os olhos e pensei: «Vai correr tudo bem». E ao fim do dia não foi para ali que regressei a casa.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017


Eu venho cá de vez em quando. Mas nessas vezes não escrevo nada. Noutras vezes, lembro-me do que podia escrever aqui e do quanto gostava de ser assídua. Não me faltam temas nem coisas para dizer. 

Desde a última vez que cá estive - há precisamente um ano - vendi a casa onde vivi durante 11 anos e qualquer coisa e mudámos todos para casa dos meus pais. Por lá continuamos, enquanto esperamos pelas obras na casa nova. Pode ser que este assunto me faça voltar cá mais vezes. 
Até já.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

E assim se passa um ano. Um ano sem escrever, mas com tanta coisa para contar.
A vontade continua e por isso prevê-se um regresso. Se assíduo, não sei, mas um regresso. E regressar ao que nos faz felizes é sempre tão bom.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Sentados no comboio Sintra-Atlântico, a caminho da Praia das Maçãs. Os quatro. 
O comboio começa a andar e a chiadeira dos travões - ferro com ferro - é ensurdecedora. Pequeno Vasco começa logo a chorar, a dizer que quer ir "embóia", mas com o embalar do trem, a coisa dá-se e ele aprecia as vistas e a brisa. 
A Clara gostou muito, o tempo todo de pé, a ver como funciona a máquina e a certificar-se que a mochila não cai comboio fora, ou que o pai segura bem o Vasco para, também ele, não galgar borda fora.
Na viagem de regresso, sempre ao colo do pai, pequeno Vasco vai sossegadinho e eu vejo nos olhinhos que há ali muito sono à mistura, para tanto sossego. 
E assim do nada, o meu piqueno diz: "Mamã, quinho», que é o mesmo que dizer que quer colinho. Eu pego-lhe, ele enrosca-se ao meu peito e nem cinco minutos depois está a dormir profundamente, apesar da chiadeira ensurdecedora dos travões.
Podem dizer o que quiserem, mas o colinho da mamã será sempre o colinho da mamã! 

sábado, 5 de setembro de 2015

A mim dói-me o coração, de cada vez que vislumbro o Aylan. Não consigo olhar de frente o seu pequeno corpo, nem tão pouco segurar as lágrimas. 
O Aylan tinha mais 1 ano do que o Vasco. O seu irmão Galip menos um do que a Clara. Olho para o Aylan, ali estendido enquanto o mar - e o resto do mundo - seguem o seu caminho, e vejo o Vasco, tantas vezes na mesma posição, deitado na sua cama, no seu quarto, num país que o deixa dormir sossegado todos os dias. 
A imagem do Aylan, do bebé Aylan, faz-me doer o coração. Faz-me sentir ingrata quando, no mesmo dia, perco as estribeiras porque o meu bebé não quer adormecer sozinho, e a única coisa que quer é sentir o seu 'porto seguro' do seu lado. O Aylan estava com o seu 'porto seguro', que não foi suficiente para que ele, e Galip, dormissem sossegados todas as noites. E eu sinto que aqueles meninos não mereciam isto. Nem eles, nem ninguém.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pessoas que vão para o facebook escrever «a sentir-se destroçada», «a sentir-se triste», «ai que isto agora é que está difícil»: Não contem comigo para vos perguntar: «então, 'miga? que foi? precisas de alguma coisa?»
Querem partilhar? Desembuchem de uma vez! Não querem, não digam nada. Agora cá merdas!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Não sou pessoa de verbalizar objetivos. 
Não quer dizer que não os estabeleça, mas na grande maioria das vezes, não os verbalizo. Tenho plena consciência que o faço por não gostar de falhar. Com os outros, principalmente, porque para comigo já falhei objetivos por diversas vezes. Não gosto, mas acontece.
O facto de não os dizer, faz com que não existam, e eu não gosto de andar a espalhar por meio mundo que vou fazer isto ou aquilo e depois ver-me como um grande 'flop'. Quando quero mesmo, faço e pronto. Depois de feito, já está!
Mas para este mês que hoje se inicia (cá em casa trabalhamos ambos para a função pública por isso, se o nosso mês financeiro começa hoje, o nosso mês para objetivos também pode começar hoje) quero verbalizar dois objetivos: correr 50 km e ler um livro!
De 21 de agosto a 21 de setembro!
Vamos a isto, Jane Doe?
Vamos lá!